A rede varejista Ricardo Eletro teve sua falência suspensa pela 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo. Em recuperação judicial desde 2020, a companhia teve falência decretada pela Justiça na última quarta-feira, 8, pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, mas o processo foi suspenso.
No decreto de falência, o juiz havia apontado que “houve a identificação de diversos fatores de esvaziamento patrimonial” e que a recuperação judicial “não reúne condições de prosseguimento”.
No entanto, agora, segundo o relator do despacho que suspendeu a falência, o desembargador Maurício Pessoa, a recuperação judicial deve continuar no que for possível, “especialmente com a fiscalização e o acompanhamento, pela administradora judicial durante o processamento deste recurso”. Ele fez a ressalva de que a própria administradora judicial, a Laspro Consultores, registrou que teria havido “esvaziamento patrimonial”.
“Neste cenário, então, cabia providenciar, com a devida transparência, clareza, rapidez, objetividade e concretude, esclarecimentos quanto à sua atividade operacional […] esclarecendo se existem efetivamente produtos à disposição para comercialização que impacte no incremento de suas receitas”, afirmou.
Por sua vez, a empresa afirma que plano operacional da Ricardo prevê a continuidade do foco no marketplace. “Desde a aprovação da recuperação judicial pelos seus credores, em setembro de 2021, a Ricardo Eletro está com 100% de entregas dentro do prazo, inclusive com a grande maioria entregue antes mesmo de seu prazo”, afirmou através de nota o presidente da rede, Pedro Bianchi.
Ao entrar com o recurso, o grupo Máquina de Vendas afirmou que foi surpreendido pela decisão da Justiça. Em outubro de 2020, a rede protocolou seu plano de recuperação judicial. No fim do ano passado, o valor do endividamento superava os R$ 4 bilhões.
Fundada por Ricardo Nunes no interior de Minas Gerais, em 1989, a Ricardo Eletro chegou a ter mais de 1.100 lojas pelo Brasil, inclusive na Bahia, com mais de 12 mil colaboradores diretos. Em 2020, já no meio da pandemia, Nunes foi preso por suspeita de sonegação fiscal, mas depois foi liberado. Informações do Portal A Tarde.