Levantamento de sindicato aponta 7 mil demissões de profissionais que atuam em postos de combustíveis da Bahia durante pandemia

Um levantamento do Sindicombustíveis aponta que aproximadamente sete mil profissionais que atuam nos postos de combustíveis de toda Bahia foram demitidos desde o início da pandemia do coronavírus. Segundo o sindicato, a situação mais crítica é registrada no extremo sul e norte e nordeste do estado.

“Estamos trabalhando com números aproximados. O nosso cálculo é que foram sete mil demissões em todo estado da Bahia. Temos uma situação crítica, que é o extremo sul, e outra que é o norte/nordeste do estado, a região mais pobre do estado. São as duas mais afetadas”, disse Walter Tannus, presidente do Sindicombustíveis.

Walter Tannus relata que houve significativa redução no consumo de combustíveis, tanto em Salvador como no interior do estado. Em maio, a escoação da soja ajudou a diminuir o impacto e recuperar um pouco do prejuízo dos meses anteriores, principalmente com a venda do óleo diesel, mas, após esse período, o sindicato acredita que os números voltem a apresentar baixa.

“Em Salvador se perdeu muitas vagas, principalmente nos bairros mais nobres. Pituba, Caminho das Árvores, Barra, Graça, Horto, tem uma perda de alguns postos de 60% do volume de vendas. Chegaram a perder 80%. É um prejuízo bastante expressivo”.

“Comparado com o ano de 2019, tivemos uma queda de consumo de 25% em março, em abril foi de 50%, em maio foi de 30%, tivemos uma recuperação. Em junho, ainda não temos os dados fechados”.

“Em maio, tivemos a escoação da soja, que gera um grande fluxo [de veículos]. Quando olhamos o produto que menos caiu de consumo, vemos que foi o óleo diesel. As estradas da Bahia tiveram fluxo grande. Mas a colheita da soja acabou. Acho que o impacto de recuperação em junho será menor”, continua Walter Tannus.

Entre os trabalhadores mais atingidos pela crise estão os que atuam nas lojas de conveniência dos postos de combustíveis, já que as atividades em alguns desses estabelecimentos tiveram que ser suspensas para evitar a disseminação da Covid-19.

“A loja faz parte de um contexto de um estabelecimento comercial. São um apêndice do posto. Os restaurantes também, que empregam. Lanchonetes, no interior se usa muito, principalmente em postos de rodovias. Algumas lojas, restaurantes, lanchonetes, foram fechadas e até hoje não foram abertas. Isso aumentou o número de demissões. Não tinha como migrar para o delivery”.

Queda nos preços

De acordo com o Boletim Mensal da Produção de Petróleo e Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em maio, a produção nacional reduziu 6,5% em relação ao mês anterior, mas aumentou 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação à produção de gás natural, houve redução de 7,8% na comparação com abril e de 3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

A ANP informou, ainda, que, durante o mês de maio, 34 campos tiveram a suas produções interrompidas temporariamente devido aos efeitos da pandemia da Covid-19. Em abril, foram 38 campos e 66 instalações com produção interrompida pelo mesmo motivo.

O Sindicombustíveis afirma que todos os produtos tiveram queda no consumo durante a pandemia, sendo que o etanol teve redução mais acentuada. Walter Tannus apontou também diminuição na fiscalização do serviço.

“O que estamos identificando é que, com a pandemia, segundo a Agência Nacional de Petróleo, que regulamenta e acompanha o mercado, o produto que mais caiu foi o etanol. Caiu 47%. A gasolina caiu 18%, o diesel 15%”, disse Walter Tannus. Informações do G1.