O governo marroquino declarou na quinta-feira (11) que estabelecerá relações diplomáticas com Israel “o quanto antes” e anunciou voos diretos entre Marrocos e Israel.
O anúncio foi feito pelo rei Mohamed VI, em conversa por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual o mandatário americano anunciou a abertura de um consulado na cidade de Dakhla, no Saara Ocidental, um forte sinal de apoio à soberania marroquina na disputa sobre este território.
Esses anúncios, que constituem uma importante virada na política marroquina e uma conquista sem precedentes em seu apoio internacional à questão do Saara, foram anunciados em comunicado do Gabinete Real marroquino, dado que a política externa é um dos domínios exclusivos do monarca.
As relações diplomáticas se materializarão na “reabertura dos escritórios de ligação nos dois países”, como existiam até 2002, o que sugere que não terão o status de embaixadas. Serão escritórios com funções principalmente econômicas e tecnológicas.
Quanto aos voos diretos, essas operações buscam facilitar a visita da grande comunidade judaica de origem marroquina (centenas de milhares de pessoas) ao Marrocos, além de outros turistas israelenses.
O rei destacou que estas medidas “de nenhuma maneira afetam o compromisso permanente e sustentado do Marrocos com a causa palestina” em favor de “uma paz justa e duradoura no Oriente Médio”.
De acordo com o monarca, o país apoia uma solução baseada em dois Estados (Israel e Palestina) vivendo juntos em paz e segurança, na qual “o status especial de Jerusalém e o respeito pela prática dos ritos religiosos das três religiões monoteístas” é preservado, mas não menciona mais Jerusalém como a capital única e indivisível da Palestina.
Com relação à forte declaração de Trump sobre o Saara Ocidental (o governo dos EUA reconheceu a soberania marroquina sobre o território e que a única base para uma solução do conflito era a proposta marroquina de autonomia), Mohamed VI expressou a Trump “sincera gratidão pelo franco e inequívoco apoio à marroquinidade do Saara”. Da Agência EFE.