Uma equipe internacional da OMS (Organização Mundial da Saúde), que investiga a origem do novo coronavírus, inspecionou, neste sábado (30), outro hospital de Wuhan, na China, que tratou alguns dos primeiros covid-19 detectados a nível mundial.
A equipe se deslocou ao hospital de Jinyintan, especializado em doenças infecciosas e descrito pela imprensa oficial como o “marco zero” para o tratamento de pacientes com covid-19 na capital da província de Hubei.
Esse hospital também foi um dos primeiros no mundo a registrar mortes por covid, e alguns médicos locais publicaram um artigo, em janeiro de 2020, na prestigiosa publicação médica britânica The Lancet, no qual descreviam as características epidemiológicas e clínicas dos primeiras cem casos registrados em Wuhan.
Os 13 pesquisadores da OMS se reuniram com chefes e funcionários do hospital hoje, o que o zoólogo britânico Peter Daszak chamou de “uma oportunidade importante para falar diretamente com os médicos que estavam no local durante aqueles momentos cruciais”, em uma mensagem postada no Twitter.
Após a visita, a virologista holandesa Marion Koopmans, outro membro do grupo de especialistas, disse que as histórias dos trabalhadores de Jinyintan são “bastante semelhantes ao que ouvi de nossos médicos nas unidades de terapia intensiva”.
Depois de terminar a visita ao hospital, os emissários da OMS dirigiram-se à exposição aberta pelas autoridades em Wuhan para comemorar a luta contra a covid-19.
Até agora, não se sabem mais detalhes da agenda dos profissionais, embora o jornal oficial Global Times assinale que eles terão ter “mais debates” ao longo da tarde, sem especificar com quem.
O diretor executivo do programa de emergências de saúde da OMS, Mike Ryan, explicou há duas semanas que a equipe “precisa de seu espaço para poder fazer seu trabalho” e que, portanto, não iria atender a mídia no dia a dia. “Não é a forma como investigamos um surto ou suas origens em qualquer situação”, assinalou.
Depois de passar duas semanas em quarentena, os especialistas fizeram ontem a primeira visita de campo a outro dos centros médicos que trataram alguns dos primeiros pacientes com covid-19. A diretora do departamento de doenças respiratórias desse hospital foi uma das primeiras pessoas a falar sobre a presença do SARS-CoV-2, vírus que causa a covid-19.
Em sua conta oficial no Twitter, a OMS reivindicou “o apoio, acesso e dados de que seus enviados precisam” para realizar as investigações pertinentes e destacou que “todas as hipóteses estão sobre a mesa” para determinar a origem do vírus.
De acordo com a instituição, o grupo visitará não apenas hospitais, mas também laboratórios como o Instituto de Virologia de Wuhan, do qual algumas pessoas supeitam – incluindo a já concluída Administração Trump nos Estados Unidos – que possa estar por trás do surto inicial.
Da mesma forma, os pesquisadores entrarão no mercado de Huanan, parcialmente fechado por mais de um ano após se tornar o local onde ocorreram as primeiras infecções por covid-19 oficialmente registradas.
Peter Ben Embarek, o líder da equipe, explicou à imprensa estatal chinesa que pretendem ver os locais onde ocorreram essas infecções, descobrir que animais e produtos foram vendidos e, “possivelmente”, falar com alguns dos lojistas que trabalharam lá durante os primeiros dias da pandemia. Do R7.