Profissionais do transporte escolar realizam na manhã desta sexta-feira (19) um protesto na Praça Municipal, em Salvador, onde fica localizado a sede da prefeitura. Exibindo faixa e com camisas com os dizeres “SOS Transporte Escolar”, o grupo reivindica uma audiência com o prefeito ACM Neto, para tratar de um auxílio à categoria, que teve os rendimentos reduzidos em função da pandemia de coronavírus.
“Nosso protesto é resultado do que estamos sofrendo desde março. Fomos os primeiros a parar. Estamos pedindo a conscientização dos nossos governantes com nossa categoria. Tivemos impacto na renda de abril e maio. Imagine um condutor, que a única fonte de renda é aquela, perder o meio de ganhar dinheiro para honrar com o compromisso. Boa parte da categoria não teve direito ao auxílio-emergencial. E não tivemos nenhum apoio dos governantes”, afirmou a condutora Cristiane Rodrigues, de 43 anos.
Os manifestantes pleiteiam a isenção de taxas e tarifas da categoria, a inclusão dos profissionais no auxílio-emergencial da prefeitura, a doação de cestas básicas e o aproveitamento da frota.
“A categoria está com os carros parados. Prejuízo total. Fora o prejuízo, estamos passando pela Covid-19 e pagando alto. Nenhum imposto foi suspenso para a categoria escolar. A única coisa que não estamos gastando é o combustível. Fora isso, estamos com todas as nossas despesas”, pontuou a condutora.
Cristiane Rodrigues destaca que a situação de momento é dramática, com condutores sem renda e necessitando de doações para sobreviver. Ela também mostra preocupação com o futuro. Como as aulas seguem suspensas em todo o estado, a condutora não sabe quando poderá voltar a trabalhar e teme que muitos profissionais não tenham condições de se recuperar após a pandemia.
“Muitos têm casa própria, mas como mantém uma casa sem dinheiro? Como paga a luz? Como paga água? Estamos pedindo doações de cestas básicas para distribuir para a categoria. Não queríamos o auxílio, queríamos trabalhar. Mas infelizmente ninguém olhou por nós. Não sabemos se iremos trabalhar ainda esse ano. Tem colegas que já acumulam três meses sem conseguir pagar o carro. Quando terminar essa pandemia, o banco vai querer tomar o carro. Vai entrar em busca e apreensão. Será que vamos conseguir pagar de vez três parcelas de financiamento? Tem casos em que 50% dos alunos cancelaram o contrato. Muitos pais perderam o emprego, a renda caiu absurdamente. A gente nunca imaginou passar por essa pandemia com esse descaso”, declarou. Informações do G1.