Delegados de 174 países se reúnem a partir desta terça-feira (23) para a última rodada de discussões para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a #PoluiçãoPlástica, inclusive no ambiente marinho.
O encontro, formalmente conhecido como a Quarta Sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação, será realizado de 23 a 29 de abril em Ottawa, capital do Canadá, sob os auspícios do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
A poluição plástica sufoca a fauna marinha, danifica o solo e envenena as águas subterrâneas, além de poder causar sérios impactos na saúde. 46% dos resíduos plásticos são depositados em aterros, enquanto 22% são mal geridos e se transformam em lixo. Ao contrário de outros materiais, o plástico não se biodegrada.
O mundo tem uma chance única de mudar profundamente a relação da humanidade com o plástico. Essa é a mensagem das autoridades antes das negociações “cruciais” desta semana sobre um instrumento global legalmente vinculativo para acabar com a poluição plástica.
Espera-se que delegados de 174 países se reúnam em Ottawa, capital do Canadá, para a última rodada de discussões sobre o instrumento. O encontro, formalmente conhecido como a Quarta Sessão do Comitê Intergovernamental de Negociação para desenvolver um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica, inclusive no ambiente marinho (INC-4), será realizado de 23 a 29 de abril. É a penúltima reunião antes da conclusão das negociações, prevista para o final deste ano.
“Tanto as pessoas quanto o planeta estão sofrendo profundamente com os efeitos da poluição plástica”, disse Jyoti Mathur-Filipp, Secretário Executivo do INC.
“Esta sessão de negociação é fundamental. É uma oportunidade de fazer progressos significativos para um acordo robusto que permita que as gerações futuras vivam em um mundo livre da poluição plástica.”
As negociações ocorrem em meio ao que os especialistas chamam de crescente crise do plástico.
Desde a década de 1950, foram produzidas 9,2 bilhões de toneladas de plástico, das quais 7 bilhões de toneladas se tornaram resíduos, enchendo aterros sanitários e poluindo lagos, rios, o solo e o oceano.
Atualmente, a humanidade produz 430 milhões de toneladas de plástico por ano, dois terços dos quais estão contidos em produtos de vida curta que logo se tornam lixo. Parte desse plástico acaba na cadeia alimentar, onde tem o potencial de prejudicar a saúde humana.
A meta durante a INC-4 é avançar com um texto preliminar do instrumento global para que ele possa ser finalizado em Busan, na República da Coreia, em dezembro. Até o momento, as negociações têm se concentrado na redução da poluição durante todo o ciclo de vida dos plásticos, desde seu design até seu descarte.
O processo de negociação foi formalmente lançado em 2022 na quinta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o principal órgão de tomada de decisões do mundo sobre o meio ambiente. Foi considerado como um momento histórico.
Após dois anos de trabalho, o Comitê Intergovernamental de Negociação passou de visões gerais para um texto preliminar revisado, um desenvolvimento que Mathur-Filipp chamou de “um resultado rápido que é uma prova da forte liderança e do envolvimento ativo até o momento”.
Embora o prazo para um acordo final tenha sido visto há muito tempo como ambicioso, isso corresponde à urgência da crise da poluição plástica, disse Mathur-Filipp.
“A ciência é clara e as soluções estão disponíveis para acabarmos com a poluição plástica”, disse ela.
“Dado que a humanidade está a caminho de triplicar a quantidade de plástico que produzimos anualmente até 2060, é vital que continuemos a fazer progressos concretos e que cheguemos a um acordo até o final deste ano.”
Fonte: ONU