A Procuradoria-Geral da República (PGR) deu cinco dias para o governador afastado Wilson Witzel (PSC) se explicar sobre supostas ameaças a uma testemunha de seu processo de impeachment, julgado por um Tribunal Misto Especial. Durante transmissão ao vivo em uma rede social nesta semana, o político atacou o atual secretário Estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves.
Na ocasião, o governador afastado chamou o secretário de “mentiroso” e garantiu que, caso estivesse presente na sessão do Tribunal Misto Especial, teria dado voz de prisão a ele.
A Procuradoria-Geral entendeu que o tom de Witzel foi de ameaça. A exigência de esclarecimentos é assinada pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo.
Chaves foi convocado ao tribunal como testemunha, para explicar qual situação encontrou ao assumir o cargo de secretário. Na ocasião, ele listou uma série de irregularidades na Secretaria de Saúde. Witzel é investigado por um esquema de “rachadinha na saúde” em meio à pandemia do coronavírus.
Quando questionado se, na opinião dele, Witzel sabia desses problemas, Chaves respondeu: “A tropa é um reflexo de seu comandante. Isso é algo que eu aprendi na Marinha”. A afirmação de Chaves levou Witzel a dar uma resposta irritada nas redes sociais:
“Eu queria dizer para o secretário de Saúde do Rio de Janeiro: o senhor é um mentiroso, doutor Chaves. Desculpa, o senhor tem 70 anos de idade e tinha que ter vergonha na sua cara de ter ido naquele tribunal mentir. E durante, agora, as alegações, nós vamos mostrar a sua mentira. O senhor é um mentiroso. O senhor mentiu perante o tribunal. Eu estava aqui assistindo, não estava lá presente. Se eu estivesse lá presente, eu pedia a sua prisão. A sua condução coercitiva para que você peça desculpas ao tribunal porque o senhor é um mentiroso”. Informações do Metrópoles.