Preço dos alimentos acelera após coronavírus, aponta pesquisa divulgada pelo IBGE

O preço dos alimentos disparou em março, fechando o mês em alta de 1,13%, contra 0,11% registrados em fevereiro, informou nesta quinta-feira (9/4), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os aumentos ocorrem em um momento de dificuldades para famílias afetadas pela crise do coronavírus. Segundo o IBGE, os maiores aumentos se deram em produtos relacionados à alimentação em domicílio, que aceleraram de 0,22% para 1,40% em março.

As maiores altas foram registradas em produtos como cenoura (20,39%), cebola (20,31%), tomate (15,74%), batata-inglesa (8,16%) e ovo (4,67%). Foram eles os responsáveis por manter a inflação no terreno positivo, apesar da queda dos preços dos combustíveis e das passagens aéreas. Em março, o IPCA, índice oficial de inflação do país, ficou em 0,07%, contra 0,25% do mês anterior. Foi o menor resultado para março desde o início do Plano Real.

O grupo de alimentos e bebidas teve impacto de 0,22 ponto percentual na inflação de março. “Houve uma aceleração disseminada no preço dos alimentos”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. “Os números sugerem que as pessoas estão comprando mais para comer em casa.” O custo da alimentação em domicílio teve a maior alta desde dezembro de 2019, quando o preço da carne bovina disparou. Kislanov disse que alguns produtos, como cenoura e tomate, já vinham registrando alta. Mas outros, como a cebola a batata, caíam e passaram a subir em março.

Após os primeiros aumentos, supermercados jogaram a responsabilidade nos fornecedores. A Abras (Associação Brasileira dos Supermercados) falou em “elevações injustificadas de preços” e diz trabalhar com a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) para evitar aumentos abusivos. Informações do Aratu on.