A promessa de campanha do prefeito Luiz Caetano (PT) de construir o Hospital Municipal de Camaçari parece cada vez mais distante de se concretizar, segundo informações divulgadas pelo site Camaçari Agora e pela coluna Camaçarico. A avaliação de que o projeto “dançou” não é exclusividade da oposição; até mesmo aliados do governo, em conversas com a coluna, consideram difícil o cumprimento dessa promessa.
A situação se torna ainda mais improvável com o anúncio recente do governo do estado de ampliar o Hospital Geral de Camaçari (HGC), que receberá 20 novos leitos de UTI. Durante um ato político realizado no último sábado (26), em Camaçari, o governador Jerônimo e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram um pacote de mais de R$ 60 milhões em obras para a saúde, incluindo a ampliação do HGC.
O custo estimado para a construção do hospital municipal é de R$ 80 milhões, sendo que metade desse valor (cerca de R$ 40 milhões) teria que ser arcada pelos cofres municipais. Além disso, a manutenção mensal do hospital está estimada em R$ 20 milhões, o que representa um impacto significativo no orçamento da saúde, que já enfrenta desafios com as despesas das duas novas UPAs (Abrantes e Monte Gordo) e a futura Policlínica, prevista para começar a funcionar em dezembro.
Com um orçamento anual de cerca de R$ 500 milhões para a saúde, o prefeito Luiz Caetano precisaria fazer remanejamentos significativos para viabilizar o projeto. No entanto, a ampliação do HGC pelo governo estadual parece ter reduzido ainda mais as chances de o hospital municipal sair do papel, consolidando a percepção de que a promessa de campanha dificilmente será cumprida.
A coluna Camaçarico destaca que, embora as concessionárias de saúde frequentemente realizem investimentos em modernização, o impacto financeiro e a complexidade do projeto tornam sua execução cada vez mais improvável. A promessa, que já era vista como ambiciosa, agora enfrenta a dura realidade das limitações orçamentárias e das prioridades estabelecidas pelo governo estadual.
Além disso, a questão levanta um ponto crucial: sendo um político experiente, Luiz Caetano não estaria ciente das limitações orçamentárias e estruturais que tornariam o projeto inviável? Prometer algo que não pode ser cumprido não apenas frustra as expectativas da população, mas também pode ser interpretado como um ato de irresponsabilidade política, ou até mesmo como um caso de estelionato eleitoral, dependendo da perspectiva.
Com informações do Camaçari Agora