A proposta de aumento de 31% na margem bruta da Bahiagás, apresentada pela companhia à Agência de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA), gerou forte reação por parte de empresários do setor industrial baiano.
De acordo com representantes da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o reajuste proposto pode impactar negativamente a competitividade das empresas locais, especialmente aquelas que dependem fortemente do gás natural em seus processos produtivos. “Essa proposta chega em um momento delicado, quando o setor ainda tenta se recuperar dos efeitos da pandemia e da alta dos insumos. Um aumento dessa proporção é completamente desproporcional”, afirmou um dirigente da entidade.
O setor industrial teme que, caso a medida seja aprovada, os custos de produção aumentem significativamente, o que pode resultar em demissões, aumento nos preços dos produtos finais e até migração de empresas para outros estados com políticas mais atrativas de energia.
Em nota, a Bahiagás defende que a revisão da margem é necessária para equilibrar os investimentos da companhia e manter a qualidade dos serviços oferecidos, especialmente diante dos novos desafios do mercado de gás natural no Brasil.
A proposta de aumento ainda está sob análise da AGERBA, que abriu um prazo para consulta pública. Representantes da indústria já se mobilizam para apresentar estudos técnicos que demonstram o impacto negativo da proposta e pedir sua revisão.
A expectativa é de que o tema seja debatido em audiência pública nos próximos dias, e que o governo estadual avalie os efeitos econômicos mais amplos antes de tomar uma decisão definitiva.