Ramon fala sobre saudade de jogar futebol e projeta futuro no Bahia

Se tem uma palavra que pode descrever com exatidão o sentimento de todo torcedor de futebol neste momento de pandemia, com certeza ela é “saudade”. Para os tricolores, por exemplo, já se passaram mais de dois meses desde a última vez que o Bahia entrou em campo. Foi no dia 14 de março, quando o time principal derrotou o América de Natal por 2×0, fora de casa, pela Copa do Nordeste. 

É preciso ter calma e entender que o a crise que o mundo atravessa com o surto do coronavírus inspira cuidados, mas não são apenas os torcedores que contam os segundos para que a bola volte a rolar.  Um dos destaques do Bahia no Campeonato Baiano, o volante Ramon afirma que a ansiedade para voltar a jogar é tão grande que ele tem até sonhado com isso.  

“A gente fica um pouco ansioso, querendo jogar. Por muitas vezes até sonho que estou jogando, mas faz parte da dificuldade que estamos vivendo. Temos que manter a calma, ter cautela e continuar preservando vidas para não sairmos mais prejudicados do que já fomos. Quando tudo se ajeitar, o pessoal da saúde junto com a diretoria do Bahia vai saber o melhor momento de voltar os treinamentos no clube e voltar a jogar”, afirma o volante.

A vida de Ramon no Bahia, inclusive, vai mudar bastante após a pandemia. Por conta dos prejuízos causados pela paralisação das atividades e sem a garantia de calendário para o time de aspirantes no segundo semestre, o Esquadrão encerrou o projeto iniciado na temporada 2018. Assim, o volante vai ganhar uma espécie de promoção e será integrado ao elenco principal quando o futebol for retomado. 

“É um sentimento triste (fim do time de aspirantes). Tínhamos amigos ali, pessoas que a gente via a dedicação no dia a dia e, infelizmente, num processo natural que vem acontecendo, o Bahia teve que tomar essa atitude. Isso faz parte da vida e torcemos para que os companheiros que foram embora tenham sucesso do mundo”, torce Ramon.

Além dele, pelo menos outros dez atletas também vão ser incorporados elenco comandado pelo treinador Roger Machado.

Aos 23 anos, Ramon chegou ao Bahia em janeiro desse ano emprestado pelo Internacional após fazer boa Série B pelo Vila Nova, em 2019. Na equipe de aspirantes, ele assumiu a titularidade rapidamente e era um dos artilheiros da equipe no Baianão, com dois gols marcados. Agora, os desafios vão ser maiores.

Sob as orientações de Roger Machado, Ramon sabe que a concorrência por uma vaga no meio-campo azul, vermelho e branco será grande. Para o setor, o time conta com Flávio, Gregore, Elton, Ronaldo e Jádson, além de Edson, que também foi promovido do antigo grupo sub-23.

“A briga por posição no futebol é algo muito normal e todos nós que estamos no meio entendemos isso. É uma briga sadia, saudável, nos treinos o professor vai tomar as decisões. Durante a temporada vamos precisar de todos, todo mundo vai ter que estar no mais alto nível para ajudar o Bahia e fazer um grupo forte”, garante o jogador.

Em casa
Com as orientações de isolamento social para evitar a propagação do coronavírus, Ramon viu a sua rotina ser alterada. As idas diárias à Cidade Tricolor deram lugar aos treinos no estilo ‘home office’, que são feitos em casa sob a supervisão da equipe de preparação física do Bahia. Ele conta que os exercícios ajudam a manter a forma, mas revela algumas dificuldades para adaptar o trabalho.  

“Os treinos estão sendo passado via grupo no WhatsApp, os profissionais estão nos auxiliando, fazendo o planejamento semanal. É um pouco diferente ao que estávamos acostumados, temos treinos individuais, às vezes temos algumas dificuldades para fazer as atividades, principalmente com bola. Mas é o que temos nesse momento difícil e precisamos nos agarrar nessas coisas para voltar com o físico mais adequado possível”, explica o volante.  

Ele conta ainda o que costuma fazer para passar o tempo na quarentena: “Eu procuro fazer um pouco de tudo, estou lendo alguns livros, assistindo filmes que o pessoal está até indicando no Instagram do Bahia. Procuro ficar com a minha família, aproveitar o máximo com eles, porque nesse momento de dificuldade temos nos agarrar às pessoas que a gente gosta para passar por cima dos obstáculos”. Informações do Correio.