Região Metropolitana de Salvador tem a 3ª maior inflação do país no primeiro levantamento do IGBE após isolamento social

A prévia da inflação de abril nas cidades da região metropolitana de Salvador (RMS) teve o terceiro maior índice de todo o país, com 0,09%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A RMS ficou abaixo das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (0,61%) e Recife (0,17%).

A RMS é formada por Salvador e outros 12 municípios: Camaçari, São Francisco do Conde, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Dias d’Ávila, Mata de São João, Pojuca, São Sebastião do Passé, Vera Cruz, Madre de Deus e Itaparica.

O IPCA-15 é prévia da inflação oficial do mês, com preços coletados entre 17 de março e 14 de abril, primeiro levantamento feito durante o período de isolamento social por causa do coronavírus. Os dados da região ainda apontam que a taxa deste mês é um pouco abaixo do registrado em março, que foi de 0,10%, e menor que o índice de abril de 2019 (1,06%).

Ainda conforme o IBGE, a prévia da inflação de abril na RMS de Salvador ficou acima da média do país, onde houve leve deflação no indicador de – 0,01%, o menor Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para um mês de abril desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Produtos como tomate, a cebola e a cenoura tiveram forte altas na região metropolitana de Salvador.

Em abril, 6 das 11 áreas que formam o IPCA-15 tiveram deflação. Os maiores recuos ocorreram no município de Goiânia/GO (-0,52%), em Brasília (-0,40%) e na RM Curitiba/PR (-0,21%). A RM Belo Horizonte teve estabilidade nos preços (0,00%).

Com o resultado de abril, o IPCA-15 da RMS acumula alta de 1,16% nos quatros primeiros meses de 2020, mantendo-se acima do índice do Brasil como um todo (0,94%) e acelerando em relação ao acumulado até março (1,07%).

Preços dos produtos

De acordo com o IBGE, a prévia da inflação de abril na RMS se concentrou no aumento dos preços de três dos nove grupos de produtos e serviços que formam o IPCA-15: alimentação e bebidas (1,51%), transportes (0,55%) e habitação (0,31%).

Os preços dos alimentos subiram pelo terceiro mês consecutivo na RMS, puxados mais uma vez pela alimentação em casa (2,23%). Foram, assim como já havia ocorrido em março, a principal pressão inflacionária no IPCA-15 de abril.

Produtos do dia a dia tiveram forte altas, como o tomate (24,25%), a cebola (40,48%), a batata-inglesa (32,21%) e a cenoura (46,39%). Inclusive, segundo o instituto, a cenoura foi que teve maior aumento dentre todos os produtos investigados pelo IPCA-15.

Por outro lado, houve deflação na prévia do mês de abril na alimentação fora do domicílio (-0,28%), com queda importante nas refeições (almoço ou jantar fora, -0,71%), que foram uma das principais influências no sentido de conter o IPCA-15 do mês, na RMS.

A alta dos transportes (0,55%) também foi muito importante na prévia de abril na RMS, destoando do movimento nacional, uma vez que, no país como um todo, o grupo teve deflação (-1,47%) e foi a principal contribuição para a variação negativa do IPCA-15 nacional no mês.

Na RMS, as passagens aéreas (13,30%) e os ônibus urbanos (4,28%) foram os itens de transporte que mais pressionaram para cima a prévia da inflação de abril.

Dentre os seis grupos de produtos e serviços com queda média de preços no mês, segundo o IPCA-15, os destaques em termos de contribuição para conter a prévia da inflação foram, respectivamente, para artigos de residência (-4,55%, maior queda) e saúde e cuidados pessoais (-0,42%).

Dentre os artigos de residência, os aparelhos eletroeletrônicos (-6,46%) tiveram uma redução importante, influenciados por itens como refrigerador (-12,52%) e máquina de lavar roupa (-9,75%).

Entre os gastos com saúde, os medicamentos (produtos farmacêuticos, com -1,43%) também deram contribuição relevante no sentido de conter a prévia da inflação de abril, na RMS, informou o IBGE. Do G1.