A capital baiana deve terminar o ano de 2020 com uma redução de 54% na quantidade de vítimas fatais de acidentes de trânsito, se comparando com o registrado em 2010. Com isso, Salvador fechará a década 2011-2020 ultrapassando a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) para o período, que era de reduzir em 50% o número de mortes no trânsito.
Análises técnicas apontam que até o fim deste ano, a tendência é de registrar, aproximadamente, 123 vítimas fatais em acidentes de trânsito. Em 2010, ano de referência, 266 pessoas foram vitimadas. A projeção é calculada a partir da média de números de casos já registrados nos meses anteriores.
Um outro dado importante é que, pela primeira vez neste período, a redução da quantidade de feridos em acidentes também superou a meta da ONU. Pela projeção da Transalvador, 2020 deve terminar com registro de 3.102 vítimas não-fatais, número 65,7% menor que o registrado em 2010, quando 8.684 pessoas ficaram feridas em acidentes.
Salvador conseguiu atingir e superar a meta da ONU ainda em 2017, com três anos de antecedência para o fechamento do prazo, quando registrou 121 mortes no trânsito, número 54,5% menor que em 2010. Desde então, a cidade vem se mantendo dentro da meta. Em 2018, foi registrado o menor índice da década, 113 mortes. Já em 2019, apesar de um registro de 133 vítimas fatais, a cidade fechou o ano com uma redução de 50% no comparativo com 2010.
Gestão – A partir do início da atual gestão, que começou em 2013, as reduções foram acima dos 50% se comparado com os dados de 2012. Se a projeção para este ano se confirmar, Salvador terá uma redução de 50,2% na quantidade de mortes se comparado com 2012, quando foram registradas 247 vítimas fatais em acidentes. Esse percentual de redução chega a 57,2% quando comparado os números de feridos de 2020 com 2012, quando foram registradas 6.962 vítimas não fatais.
“Ao mesmo tempo que essa redução nos anima, já que é fruto de um trabalho intenso de anos durante esta gestão, o número de vítimas fatais em acidentes de trânsito ainda nos preocupa. Não podemos banalizar a morte. Essas fatalidades são evitáveis. É preciso que a população tenha consciência e nos ajude a construir um trânsito cada vez mais seguro”, afirma Fabrizzio Müller, superintendente da Transalvador.
Reconhecimento Internacional – Desde 2013, a capital baiana vem registrando reduções no número de mortes no trânsito, com avanços relacionados à elaboração de estratégias reconhecidas internacionalmente. Em 2019, A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entidade ligada à ONU, destacou Salvador como um dos três exemplos na América Latina de redução de mortes no trânsito. O texto que cita a capital baiana como modelo foi publicado no site da entidade, como parte da Quinta Semana Global de Segurança no Trânsito das Nações Unidas.
Em julho deste ano, a Prefeitura de Salvador firmou uma parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global de colaboração para prevenção de acidentes de trânsito na capital baiana. Com o apoio da Iniciativa, Salvador passou a contar com uma equipe de técnicos especializados, além de uma rede internacional de organizações, que dão suporte às ações do poder público municipal em melhorias no gerenciamento de dados, infraestrutura, fiscalização, educação e comunicação.
“Nós sempre trabalhamos com o intuito de zerar essas ocorrências no trânsito de Salvador. Investimos em diversas ações voltadas para promover um trânsito mais seguro com o fortalecimento dos setores de engenharia, readequação viária e melhoria na sinalização e educação de trânsito, por exemplo”, explica o superintendente da autarquia de trânsito.
Em requalificações como a da Barra, do Rio Vermelho e da Pituba, locais que atraem turistas de diversas partes do mundo, foi adotado o conceito traffic calming, um conjunto de medidas já empregado em países como Reino Unido, Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Bélgica, para a redução do tráfego motorizado com o objetivo de democratizar o espaço público e segurança do trânsito de veículos e pedestres.
Também foi repensado o desenho de vias, a exemplo da região do Jardim dos Namorados e da Av. Afrânio Peixoto (Suburbana). Nessas obras, foram criados espaços não somente para carros, mas para pedestres e ciclistas. Na Suburbana, após a requalificação, coordenada pela Transalvador e entregue em 2016, houve uma redução de mortes na via. Em 2010, a via registrou 23 mortes, contra 11 em 2016.
Fiscalizações e Educação – Aliado a isso estão fiscalizações mais efetivas, especialmente com a blitz da Lei Seca, que passou a acontecer diariamente. Houve ainda um reforço em ações educativas como a realização de projetos como Condutores do Futuro, quando agentes da Transalvador vão para escolas trocar experiências com estudantes e também realizam palestras gratuitas em empresas.
Toda essa atuação nas ruas e com campanhas educativas têm surtido efeito na mudança de comportamento do cidadão no trânsito. Uma prova disso é a redução na quantidade de notificações registradas pelos agentes, mesmo com o reforço na fiscalização. Houve uma redução de 46% nas notificações, se comparados os registros de 2016, ano com maior quantidade de flagrantes de infrações na década, com 2019, período com menor registro. Em 2016, a Transalvador emitiu 953.195 notificações. Três anos depois, esse número caiu para 511.088. Em 2020, até novembro, foram feitos 485.531 flagrantes do tipo.
“Essa redução revela que os condutores, e todos que compõem o trânsito em Salvador, estão mais conscientes sobre a importância de obedecer às regras de trânsito. Ficamos contentes porque isso é resultado de um trabalho que vimos fazendo no decorrer dos últimos anos. Investir num trânsito mais seguro é uma política de estado que deve se perpetuar nas próximas gestões”, afirma Fabrizzio Müller, superintendente de trânsito de Salvador. Informações da ascom Transalvador.