O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Salvador recebeu, desde março, quando teve início a pandemia do novo coronavírus, cerca de 20 mil trotes telefônicos. O número representa 10% do total de chamadas recebidas, cerca de 200 mil.
De acordo com informações do Samu, o número de trotes é menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Em 2019, ocorreram cerca de 40 mil ligações indevidas. No entanto, o percentual deste ano ainda preocupa autoridades em saúde do estado.
O médico e coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, Ivan Paiva, explica que existem duas categorias de trotes. Uma delas é de crianças que fazem as ligações com o intuito de se divertir e são logo identificadas pelos atendentes.
“Pedimos aos pais para ficarem de olho na lista de ligações do celular dos filhos e, se a criança estiver ligando para os números 192, 193 ou 190, fazer a orientação deles de forma adequada. Muitas vezes, a criança não tem noção e acha que é uma simples brincadeira”, ressalta Ivan.
A outra se refere a adultos que simulam “estórias” que resultam em gasto de tempo de diversos profissionais que deixam de atender quem de fato precisa.
“Esses casos são mais danosos. A pessoa liga e diz que acabou de presenciar um acidente e vai respondendo às perguntas, criando uma situação que, pelo telefone, o atendente não consegue identificar se é trote ou não. Quando chegamos ao local, percebemos que a situação não existia”, conta.
A ligação com falso pretexto pode acarretar consequências como retardamento do atendimento de cidadãos que estão necessitando do serviço de urgência.
Além disso, a atitude gera desperdício do dinheiro público, já que há custos no deslocamento de ambulâncias. O trote é enquadrado com crime no artigo 266 do Código Penal, com pena de detenção de um a três anos. Informações do G1.