Segundo denúncia veiculada nesta terça-feira(28), uma pessoa, que não teve a identidade divulgada, estaria vendendo unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, em Camaçari.
O estelionatário estaria se apresentando como uma pessoa próxima do secretário de Habitação do município, Júnior Borges e da esposa dele, para enganar as pessoas
O chefe da habitação em Camaçari, afirmou que desde que assumiu a pasta, não foram abertas novas inscrições para o programa, e chamou de espertalhões os responsáveis pela negociata ilegal: “desde quando eu assumi (a Sehab), ela não fez nenhum processo de inscrição do Minha Casa, Minha Vida, de 2018 pra cá não foi feita nenhuma inscrição. Ora, se não foi feita nenhuma inscrição, não tem como haver essa negociata, essa tentativa de lesar as pessoas, (…), a gente sabe quem foi o espertalhão”, disse.
Ainda segundo o secretário, a pessoa lesada, que deveria pagar R$ 3 mil ao responsável pela suposta inscrição, ainda não fez a denúncia na secretaria: “essa pessoa que foi lesada, ainda não esteve na Secretaria de Habitação, não pelo menos no meu conhecimento ainda, e é obvio que a partir do momento em que essa denúncia chegar à Sehab, formalmente colocada, a gente vai encaminhar esse caso ao Ministério Público Federal, não vai ficar apenas na esfera das polícias estaduais, mas nós vamos encaminhar também à Polícia Federal, para que apure e verifique o que está acontecendo com esse cidadão que se diz ser muito próximo a mim, e em especial, da minha esposa”, pontuou.
E deixou claro que não existe venda dos imóveis do programa: “não existe venda do programa Minha Casa Minha Vida, o MCMV, da Prefeitura Municipal de Camaçari, ele é da faixa de zero a três salários mínimos, e é uma taxa irrisória que se cobra, que é a Caixa econômica, quem vai cobrar de você, que vai de cinquenta a duzentos reais”
Borges afirmou ainda que a Polícia Federal está com uma investigação em curso, sobre os casos de moradores que alteraram as estruturas dos imóveis, realizando os chamados puxadinhos, ou mesmo usaram os imóveis para outra finalidade como igrejas, mercados, sem contar os casos de pessoas que vendem os seus imóveis: Existe uma investigação da Polícia Federal, em curso, sobre todos os empreendimentos do MCMV, porque houve sim, desvio de finalidade quando se inscreveram pessoas, quando se selecionou pessoas. E essa situação está sendo apurada pelos órgãos competentes que são órgãos federais”, ilustrou.
“Muitas dessas unidades, de todos os empreendimentos do MCMV elas estão aí fechadas, ou estão aí alugadas, foram vendidas, viraram comércio ou viraram igrejas evangélicas. E aí o programa é muito claro nisso: não se pode transformar uma moradia que você tem até dez anos para pagá-la em uma dessas situações. Não se pode alugar, não se pode vender, não se pode transformar em comércio e nem tampouco igreja. Mas as pessoas fazem”, denunciou o secretário.
E fez recomendações para a população da cidade, caso recebesse alguma proposta de inscrição no Programa que não fosse da Secretaria: “de imediato procure a Sehab, antes de fechar qualquer negócio. Procura a Sehab, conversa conosco, seja com o departamento jurídico ou comigo mesmo, na secretaria. E no segundo ponto, ir à delegacia, registra um boletim de ocorrência, formalizar oficialmente essa denúncia juto a secretaria, para que a secretaria tome as providências que são cabíveis, que é encaminhamento ao MPF para investigar essa pessoa, e a PF para também investigá-lo e abrir um inquérito policial. É sempre importante que a gente esteja unido nisso. As pessoas não podem se enganadas como foram no passado”, finalizou