Secretário prevê grande alta no nº de casos quando COVID-19 chegar nas favelas

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou durante entrevista à TV Bahia, na manhã desta segunda-feira (30), que o número de casos do coronavírus aumentará exponencialmente no estado quando a doença chegar nas comunidades mais pobres.

“Estamos na fase inicial aqui na Bahia, e ainda restrita às classes sociais mais altas, que possuem plano de saúde. O maior número de pacientes internados hoje ainda está nos hospitais privados. Nós estamos começando, agora, a ter um número maior de pessoas na rede pública”, disse Fábio Vilas-Boas.

” É muito cedo a gente prever quanto vai chegar ao longo da semana. A gente acredita que assim que a doença entrar nos bairros mais pobres de Salvador, nas favelas, a taxa de crescimento vai ser muito, muito maior. Não vamos falar de 10 casos por dia, vamos falar de centenas de casos por dia”, completou o secretario.

A afirmação ocorreu quando ele falava sobre a quantidade de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) disponibilizadas pelo governo. Na ocasião, o secretario disse que o atendimento na rede pública ainda é pouco, porque a maioria dos infectados ainda está na classe média/alta e tem plano de saúde.

Ainda durante a entrevista, o secretário disse que, apesar da estimativa de crescimento expressivo, o número atual mostra que as medidas de prevenção para o novo coronavírus, que deixou vários pontos de Salvador vazios, tem dado efeito para impedir a expansão dos casos.

“Nós havíamos projetado, inicialmente, logo que nós tivemos os 10 primeiros casos, com base na taxa de crescimento nacional, um crescimento de 33% por dia da epidemia da Bahia. O que a gente está observando é uma taxa de crescimento inferior 20%. O que nos daria, para hoje, 30 de março, mais de 550 casos. Isso mostra que esse esforço que estamos fazendo, para puxar a curva para direita, está dando resultado. A expectativa de óbitos, lamentavelmente, gira entorno de 2%”, completou.

Fábio Vilas-Boas também comentou sobre a campanha de vacinação. Ele considerou um sucesso. A partir desta segunda, 40 pontos vão atender os idosos.

“É um sucesso. Porque a população nos anos anteriores não ia se vacinar. Chegava no final da campanha, 50% da população vacinada. Isso tinha que estender a campanha por 15 dias. Tinha que sair nas ruas pegando as pessoas para sair para vacinar. Agora, com essa situação, a população está procurando. Mostra que a população está indo vacinar”, disse.

Até a manhã desta segunda-feira, a Bahia havia registrado mais de 150 casos do coronavírus. Um óbito foi registrado no estado, como consequência da doença. Informações do jornal Tribuna da Bahia.