A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a Corregedoria Geral acompanha o inquérito aberto pela Policia Militar que apura a morte do jovem Daniel da Cruz de Jesus, de 24 anos, na cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano.
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que um policial militar atirou e matou a vítima, durante uma abordagem policial.
A versão oficial apresentada pela Polícia Militar, de que os agentes de segurança foram recebidos a tiros, contradiz as imagens. A família de Daniel fez um protesto pedindo justiça.
Em nota, divulgada nesse domingo (17), a SSP-BA informou que o policial é treinado e orientado para desempenhar a função dentro da legalidade, com respeito.
“Havendo qualquer tipo de ataque à sua integridade física, ele é capacitado para reagir em legítima defesa. Qualquer conduta diferente dessa premissa não será tolerada, e o autor responsabilizado”, disse o órgão de segurança pública.
O jovem foi morto na manhã da última sexta-feira (15). As imagens mostram o momento em que Daniel passava pela rua, quando um carro com os policiais se aproximou dele. O veículo não tinha caracterização da polícia. Dois PMs desceram do carro armados.
No vídeo, é possível ver que o homem colocou as mãos na cabeça quando a abordagem começou. Logo depois, são ouvidos três disparos feitos na direção dele por um dos policiais.
Nota da PM contradiz imagens
A nota da PM afirma que a equipe fazia rondas e, quando tentou abordar o jovem, “foi recebida a tiros”. Essa versão não condiz com as imagens registradas pela câmera de monitoramento. Além disso, o carro em que os militares estavam não tinha identificação de viatura.
A polícia diz, ainda, que houve um revide e que Daniel foi “atingido, desarmado e socorrido imediatamente ao Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus, mas não resistiu”.
Também na nota, a polícia diz que uma arma de fogo e um vasto material de drogas, como crack, maconha e cocaína foram apreendidos com Daniel.
Na mesma nota que contradiz as imagens, a PM afirma que o comandante do 14º Batalhão “determinou a instauração de um inquérito policial militar, a fim de apurar as circunstâncias do fato, devendo ser concluído em um prazo de 40 dias”.
O texto informa, ainda, que as armas dos policiais foram recolhidas, e que serão periciadas. Durante a tarde de sexta, os familiares de Daniel fizeram um protesto, com pedidos de justiça, em frente ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde o corpo era periciado.
Fonte: G1