UE e China fecham acordo de princípio sobre investimentos

Os líderes da China e da União Europeia chegaram, nesta quarta-feira (30), a um entendimento de princípio sobre um ambicioso acordo de investimentos, que deve abrir o enorme mercado chinês às empresas da UE – anunciaram diferentes fontes.

“Hoje, UE e China concluíram, em princípio, as negociações sobre um acordo de investimento. Para oportunidades comerciais mais equilibradas”, tuitou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em uma nota oficial, Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disseram que, por meio desse acordo, a China se comprometeu a “trabalhar na direção da ratificação” das normas internacionais sobre trabalho forçado, um aspecto crítico da negociação.

Segundo Von der Leyen e Michel, este acordo vai oferecer às empresas europeias um acesso “sem precedentes” ao mercado chinês e, ao mesmo tempo, trará “segurança e previsibilidade” a essas empresas em suas operações.

Esse entendimento “une as partes em relações de investimento baseadas em valores, apoiados em princípios de desenvolvimento sustentável”, afirma o comunicado.

Também vai “melhorar” o âmbito da concorrência para os investidores europeus, ao eliminar a transferência forçada de tecnologia e “outras práticas distorcidas”, além da “transparência” em matéria de subsídios.

Durante anos, a UE buscou obter um maior acesso ao enorme mercado interno chinês, embora as carências de Pequim em matéria de direitos humanos e de normas trabalhistas constituíssem um obstáculo permanente.

A UE afirma que o Acordo Amplo sobre Investimentos é o “mais ambicioso” já negociado com a China.

Xi disse à agência de notícias Xinhua, por sua vez, que o acordo proporcionará aos investidores chineses e europeus “um maior acesso ao mercado, elevados padrões em matéria de ambiente de negócios, fortes garantias institucionais e perspectivas brilhantes de cooperação”.

Membros do Parlamento Europeu já manifestaram em Bruxelas sua insatisfação, alegando que o acordo se limita apenas a aceitar que a China faça esforços para ratificar as normas internacionais do trabalho. Da AFP.