Nowhere Man. O “autêntico homem de lugar nenhum” da canção dos Beatles se assemelha à atual situação de Wagner Lopes, treinador do Vitória em boa parte da campanha na Série B deste ano. O contrato do técnico com o Rubro-Negro foi encerrado ao fim da competição nacional, e atualmente ele também “não sabe para onde está indo”, tal qual o personagem da música inglesa.
Sem acerto para uma renovação de contrato com o Vitória, Wagner Lopes deixou Salvador na manhã de quarta. À reportagem do A TARDE apurou que o técnico é bem avaliado internamente na Toca do Leão e existe no clube um desejo pela permanência dele. O sentimento é o mesmo do outro lado. Há interesse por parte do treinador em seguir no comando da equipe.
O que atrapalha a assinatura de um novo vínculo é o agitado cenário político no Rubro-Negro. O Vitória só deve definir um treinador para 2022 depois de realizar um balanço orçamentário no clube. E a tendência é que o citado balanço só aconteça após a complicada situação na presidência ser resolvida – se for.
Hoje, o Vitória é gerido de forma interina por Fábio Mota, presidente do Conselho Deliberativo. Paulo Carneiro, que foi eleito para o cargo máximo do clube em 2019, está afastado das funções enquanto tem a gestão investigada. O resultado dessa investigação é que pode decidir os rumos do clube em breve.
Paulo Carneiro pode ser afastado de forma definitiva, o que acarretaria em uma nova eleição. Mas também pode retornar ao cargo ou até mesmo sofrer um novo afastamento, o que mudaria pouco o cenário atual. O relatório da comissão que investiga o cartola vai ser finalizado e entregue até o fim de dezembro.
Atualmente, os problemas extracampo deixam o Vitória sem treinador e também sem perspectiva de reforçar o time para a próxima temporada. Isso porque o Rubro-Negro está impedido pela Fifa de registrar novos jogadores. A punição acontece por causa de uma dívida com o atacante Walter Bou, que esteve na Toca do Leão em 2018.
Boa impressão
O trabalho de Wagner Lopes à frente do Vitória deixou uma boa impressão na atual diretoria do clube. O entendimento de quem hoje gere o Leão é de que ele não teve culpa no rebaixamento à Série C.
O desempenho do time de fato melhorou depois da chegada do treinador. Quando ele desembarcou em Salvador, o Leão tinha só dois triunfos em 17 jogos na Série B. Depois, ele venceu seis das 21 partidas seguintes. Mas nem triplicar o número de vitórias foi suficiente para evitar a queda.
Seja Wagner Lopes ou outro treinador, quem assumir o Vitória em 2022 vai ter um ano de grandes desafios pela frente. O clube vai tentar retornar para a Segunda Divisão em meio a uma das maiores crises da história rubro-negra.
Além da Série C, o time só vai disputar mais duas competições ao longo da próxima temporada: Campeonato Baiano e Copa do Brasil. Informações do Portal A Tarde.