Destruído por um incêndio em dezembro de 2019, o “Monumento à Cidade de Salvador” ou “Monumento Fonte da Rampa do Mercado”, de autoria do artista plástico baiano Mário Cravo Júnior, deve ser reinaugurado no segundo semestre de 2021, no bairro do Comércio, desta vez com material anti-chamas.
“Todo o termo de referência está pronto e agora já estamos partindo para a licitação. Então, uma vez licitada e a empresa ganhando essa licitação, a gente começa a execução da obra. Eu acho que em setembro ou outubro a gente está com isso aí para inaugurar”, revelou Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias.
“A gente contratou o professor Mário Mendonça, que é um excelente arquiteto, para fazer todo o termo técnico da licitação, porque uma licitação não embasada para um projeto desses poderia gerar um monumento que não fosse fiel”, explicou o gestor. “Eu acho que é por aí, já com material anti-chamas, mas com fidelidade total ao projeto original. Aquele projeto não é simples, são formas côncavas, que pra se manter em pé não é brincadeira. Inclusive, um dos filhos de Mário vai acompanhar, vai estar lá colado junto”, acrescentou.
Guerreiro falou ainda do “choque” sentido ao ver a obra consumida pelo fogo e afirmou sempre ter sido favorável à reconstrução, do dia em que o monumento foi destruído, até durante o processo conturbado envolvendo os herdeiros do artista e a Justiça.
“Desde o primeiro momento eu briguei para que ele fosse reconstruído exatamente igual. E aí nós conseguimos. Era apenas uma pessoa da família que estava ’empombando’, todo o resto da família tinha concordado com isso, e a gente conseguiu correr”, declarou o presidente da FGM, acrescentando que a decisão se deu independente de gosto pessoal.
“Eu fui o maior defensor o tempo todo com o prefeito. As pessoas dizem ‘ah, o monumento é feio’, ‘o monumento é bonito’, mas, gente, é um ícone e eu não vou discutir ícone, se é feio ou bonito, porque cada pessoa tem sua visão pessoal”, salientou, lembrando que independente de gosto, a obra é, indiscutivelmente, “um cartão postal” importante na paisagem de Salvador.