Puxado por informais, nº de trabalhadores cresce pelo segundo mês na BA e chega a 5 milhões, aponta IBGE

O número de pessoas trabalhando na Bahia cresceu 2,5% no mês de outubro, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD COVID19), divulgada nesta terça-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse crescimento ocorre pelo segundo mês no estado. Em setembro, a Bahia registrou 4,973 milhões de pessoas de 14 anos ou mais trabalhando e, em outubro, 5,099 milhões de pessoas, o que representou um aumento de 126 mil trabalhadores.

De acordo com o IBGE, somando os saldos positivos de setembro e outubro, a população ocupada no estado cresceu 4,5% frente a agosto, quando havia chegado ao seu patamar mais baixo, de 4,880 milhões. Isso significou mais 219 mil pessoas trabalhando em dois meses.

Apesar desse aumento, a pesquisa aponta que o número de ocupados na Bahia, em outubro, foi menor do que em maio, quando se iniciou a PNAD COVID19, e havia 5,125 milhões de pessoas trabalhando no estado.

Ainda segundo o instituto, o avanço da ocupação na Bahia, entre setembro e outubro, foi puxado pelos trabalhadores informais, sobretudo os empregados sem carteira assinada e os trabalhadores por conta própria.

Os profissionais sem carteira passaram de 783 mil para 832 mil, de um mês para o outro, o que representou mais 49 mil trabalhadores nessa situação (+6,2%). Já os que atuam por conta própria passaram de 1,501 milhão para 1,547 milhão (+46 mil ou +3,0% em um mês).

A pesquisa também aponta que, com o terceiro maior aumento absoluto, vieram os trabalhadores domésticos sem carteira assinada. Depois de quedas sucessivas desde maio, passaram de 188 mil em setembro para 202 mil em outubro (+14 mil pessoas ou +7,5%).

Por causa desses movimentos, a taxa de informalidade apresentou tendência de alta na Bahia, pelo segundo mês consecutivo, chegando a 47,0% em outubro. Isso significa que 2,396 milhões de trabalhadores baianos eram informais no mês passado (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos sem carteira assinada; empregadores ou trabalhadores por conta própria que não contribuíam para o INSS; ou trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente).

Em setembro, o número de trabalhadores informais no estado era de 2,310 milhões, e o aumento absoluto de um mês para o outro no estado (+87 mil informais) foi o segundo maior do país. Ficou abaixo apenas de São Paulo (+246 mil), que tem uma taxa de informalidade bem menor que a baiana (28,2%).

Outros dados da pesquisa

  • Em outubro, 10 das 12 atividades econômicas tiveram saldo positivo de trabalhadores na Bahia, lideradas pela construção (+28 mil ocupados);
  • Apesar do crescimento da população ocupada, a taxa de desocupação não cedeu de forma significativa no estado. Foi de 19,5% em outubro (frente a 19,6% em setembro) e passou a ser a segunda maior do país, abaixo do Maranhão (19,9%). Desocupados continuam sendo pouco mais de 1,2 milhão;
  • Em outubro, 780 mil deixaram o isolamento na Bahia e 4 em cada 10 pessoas fizeram pouca ou nenhuma restrição ao contato social. Ainda assim, 8 em cada 10 idosos, 9 em cada 10 crianças e 7 em cada 10 mulheres mantinham algum grau de isolamento;
  • Puxada pelo ensino fundamental e superior, proporção de estudantes sem atividades diminuiu no estado e chegou a 29,6%. Indicador ainda piorou no ensino médio, onde pouco mais da metade (51,2%) dos alunos não tiveram atividades escolares em outubro;
  • Até outubro, 12,1% da população baiana (1,806 milhão) tinham sido testados para Covid-19; 1 em cada 5 testes deu positivo (19,0% ou 344 mil);
  • Em outubro, Bahia foi estado com maior percentual da população com ao menos um sintoma de gripe (5,0%, ou 754 mil pessoas).

O IBGE informa que esses são alguns dos resultados da PNAD COVID19, uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE, por telefone, desde maio, com apoio do Ministério da Saúde. Informações do G1.